segunda-feira, 3 de outubro de 2011

IMPOSTOS


                     O peixe
Tendo por berço o lago cristalino,
folga o peixe,a nadar todo inocente,
medo ou receio do porvir não sente,
pois vive incauto do fatal destino.

Se na ponta de um fio longo e fino
a isca avista,ferra-a inconsciente,
ficando o pobre peixe de repente,
preso ao anzol do pescador ladino.

O camponês,também,do nosso Estado,
ante a campanha eleitoral,coitado!
Daquele peixe tem a mesma sorte

Antes do pleito,festa,riso e gosto.
Depois do pleito,imposto e mais imposto.
Pobre matuto do sertão do Norte!

Patativa do Assaré (1909-2002) poeta popular brasileiro

1 comentário:

SOL da Esteva disse...

Paulo

Belo Soneto sobre o Peixe que é a Gente!
Oportuno, actual e factual.

Abraços

SOL