quarta-feira, 10 de agosto de 2011

QUATRO DEZASSEIS

Jantei,na passada 2ª feira,com três amigos,  respectivas mulheres, e alguns filhos, na Quinta do Ortigão, em Anadia, produtora de excelentes vinhos,  propriedade de dois irmãos,meus amigos, um dos quais estava presente. Foi um jantar em que os quatro "machos",um deles francês, além da amizade, têm um outro forte elo que os une...o prazer de ainda jogarem rugby ( equipas de veteranos ).
A ementa, como tinha de ser, estamos na Bairrada, foi leitão.
Bebemos Quatro Dezasseis, um vinho tinto de excepção, um dos melhores entre os melhores,e aquele nome, que poderão achar estranho, é uma HOMENAGEM.
Quatro Dezasseis, era o número, no Colégio Militar,do meu amigo Manel, que morreu num trágico acidente de viação, há trinta anos atrás,também meu companheiro no rugby, e irmão dos proprietários da Quinta do Ortigão. O Manel deixou-nos saudades, era um amigo a toda a prova, tinha um excelente convívio com todos,fosse qual fosse a condição social. Onde estiver, o Manel, estará reconhecido a esta prova de homenagem e reconhecimento dos irmãos.

Quando regressava a casa, ainda com o sabor no palato, do Quatro Dezasseis,lembrei-me que,há dias atrás,estava numa praia próxima,e passei os olhos pelo jornal "Público". Chamou-me a atenção um artigo do Prof. Vital Moreira, parece que é deputado em Bruxelas,onde preconizava a extinção do Colégio Militar e dos Pupilos do Exército...o professor deve ter um qualquer preconceito quanto a fardas...já várias vezes me apercebi, lendo,que ele se coça quando lhe aparece um militar ou instituição militar

1 comentário:

Hélder Valério disse...

Caro Paulo Santiago

Vais-me desculpar algum vernaculismo que vou utilizar mas penso que é útil para caracterizar a situação.

O Vital Moreira é daqueles bons rapazes que teve um percurso político e social com alguma evolução, digamos que, adaptada ao momento...
Teve a sua época 'revolucionária' enquadrada pela visão do 'sol do mundo', a União Soviética, alinhando pelo PCP, e digo-te que, quanto a mim, isso não tem nenhum problema, parece-me até legítimo e louvável que houvessem jovens que procuravam soluções para os problemas nacionais e que estivessem convencidos da bondade da 'solução' encontrada...
É claro que digo isto porque também estive próximo desses pensamentos.

Depois, já com algum desencanto (?) acostou-se ao PS e lá foi seguindo a sua vida, como conhecemos.

Os conceitos, ou preconceitos, relativamente à Instituição militar, terão a sua razão de ser, as suas motivações, mas dá-me a impressão que o nosso Vital não fez quanto a isso nenhuma 'revisão', mantendo a visão que tinha quando havia que que relacionar as 'forças armadas' como o 'braço armado do regime' (contrariando assim a visão de que o que incorpora o exército é afinal o 'povo em armas').

Mas com isto perdi o fulcro do comentário.
É que, já faz uns anos, estava numa reunião com representações de várias entidades, em que se discutiam medidas a tomar no âmbito da protecção civil, acções de emergência, etc., e em determinada altura, um antigo 'militar de Abril' que estava presente devido a outras funções que na ocasião desempenhava, farto de ouvir um dos outros intervenientes repetidamente invectivar os militares, repudiando a sua acção, a sua colaboração, etc. interpelou-o directamente e 'à bruta' mais ou menos nestes termos: "você está para aí sempre a invectivar os militares ,a desconsiderar os militares, por isso pergunto-lhe se já foi enrabado por algum deles?". Na sessão, ao espanto, seguiu-se um silêncio generalizado e depois, sem resposta, seguiu a reunião.

Será que se tem que fazer a mesma pergunta?

Abraço
Hélder S.