Fui ao Algarve,a primeira vez,há quarenta anos,Agosto de 1971.Estava de férias,melhor,estava a gozar uma licença de trinta dias,após dez meses de guerra no mato da Guiné,onde voltaria no ínicio de Setembro.
Tinha uma amiga em Portimão,que me convidou para uma estadia de uma semana,mas não fiquei em casa dessa minha amiga,aquilo eram outros tempos,ainda muito puritanismo,acabei alojado em casa de uma amiga da minha amiga,senhora já casada e mãe de um garoto,mas tudo correu bem.
Portimão e a Rocha já tinham bastante movimento,mas nada da confusão actual,e este actual,para mim,já tem oito anos,e não penso ir lá "meter-me" tão breve.Na estrada que ligava Portimão à Praia da Rocha,ainda não havia correntezas de betão,eram terrenos com alfarrobeiras,figueiras,e as construções na Rocha,praticamente só se situavam ao longo da rua frente ao mar,e edifício grande,só o Hotel Algarve.
Eram bons aqueles tempos,e quem tinha estado dez meses no mato,sem ver mulher branca,andava com os olhos arregalados,apesar das roupagens,da rua e da praia,nada terem a ver com os "trapos" que hoje se usam.
Voltei ao Algarve,com dois amigos,em 1979,desta vez fomos de carro,em 1971,tinha ido de comboio,foi
toda a noite a conduzir.Pela manhã montamos a tenda num parque de campismo em Lagos,indo de seguida até à praia do Canavial,onde se chegava descendo uma rampa na falésia. Estava tão cansado da viagem que
adormeci deitado na toalha. Após uma hora e picos acordei,levantei a cabeça... dois metros de mim,vejo uns pêlos púbicos ( pentelhos,termo que entrou na política) no centro de um excelente par de pernas...como o Algarve tinha mudado,não era só no betão
1 comentário:
Caro amigo Santiago
Tratou-se do que se resolveu chamar evolução, desenvolvimento, modernidade....
Abraço
Hélder Sousa
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