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Após a longa introdução,regresso ao dia de hoje.Um dia de amizade e camaradagem.Gosto,apesar dos 63 anos,de actividades ditas de radicais,várias são,não vou, agora aqui enumerá-las.Neste dia,foi uma caminhada,melhor,mais escalada que caminhada,na Ribeira das Quelhas,situada em Coentral,no concelho de Castanheira de Pêra.Dizia-me um folheto,extraído da net,que o grau de dificuldade era de elevado a muito elevado,e aconselhável a maiores de 15 anos e até cerca 50,dependend condição condição física.Atendendo ao meu excesso de 13 anos,o desafio era grande.
Este não era,nem nunca deve ser,um percurso para se fazer sózinho.Como habitualmente,fui com a minha amiga Rosário,minha camarada,um termo mais adequado,os meus camaradas,ex-combatentes,perceberão por que lhe chamo assim,porque é um facto,na alta montanha,onde há perigos,ela é o meu apoio,não tenho outro.Tem 32 anos,e o que nos une é só,apenas,amizade e camaradagem,por muito estranho que isso possa parecer a algumas mentes.
Iniciámos o percurso a 720 metros de altitude,não há qualquer marcação humana de trilhos,depois desce-se
aos 300,subindo,na parte final, aos 950 metros.Nas subidas e descidas,por baixo de carrascos,pelo eio de matos,carvalhos-alvarinhos,azevinhos e azinheiras,estas duas últimas espécies já na parte mais elevada.Procurámos seguir os trilhos das cabras,assinalados pelos respectivos dejectos,quando estes não apareciam,havia que progredir,mais para a direita,mais para a esquerda,ou em frente.Há uma fraga saliente difícil de passar,por precaução levava dois arneses e corda,mas não foram necessários,apoiando bem os pés,e agarrando bem os rebordos da fraga com as mãos,passou-se bem,em segurança.Ferimentos,só os provocados por espinhos nas pernas e braços,mas estes riscos desaparecem sem pintura e polimento.O esforço é grande,mas é recompensador,a paisagem e a vegetação,única,são admiráveis.
No regresso parámos,para um mergulho relaxante,na praia fluvial de Castanheira de Pera,Praia das Rocas,ainda calçados com as botas de montanha,e o jovem que estava na entrada,ficou deveras surpreendido,por nos termos aventurado a subir a Ribeira das Quelhas,sózinhos,sem guia.Apercebemo-nos que ele,apesar de ser de lá,não conhecia bem aquele belo recanto do seu concelho.
3 comentários:
Caríssimo amigo Paulo Santiago
Começo pela 2ª aparte do teu artigo.
Sim, certamente que sim, que haverá muita cabecinha que não entenderá essa amizade elevada assim à categoria de 'camarada' entre a tua pessoa e a jovem que te acompanha nessas aventuras...
Felizmente para eles (ou será 'infelizmente' na medida em que não puderam 'provar' a necessidade da camaradagem, da solidariedade, do companheirismo extremos) não estiveram em condições de saber que a sua sobrevivência dependia de si, é verdade, mas também, e muito, do 'parceiro do lado'.
Na sua (deles, ou deles) mente o sexo comenda a vida e tudo o que se faz se resume a isso. Não entendem que é um prémio, uma suprema benesse, o sublimar de sentimentos, mas também já não tenho paciência para lhes explicar.
Quanto à 1ª parte....
Bem, quanto a isso, ao tal 'blogue' em que somos parceiros de corpo inteiro (repara que não está em causa a idade, ser mais velho não significa ser alvo de mais respeito só por isso mesmo, mas sim do que advém do tratamento social, ser (ter sido) de uma 'patente' superior não dá previlégios (pelo menos nos objectivos e intenções declarados), ser 'operacional' ou seja estar mais próximo de determinados locais, não dá maior 'estatuto', afinal a guerra em todas as suas vertentes atingiu a todos), em que somos parceiros em termos de integração, em termos de participação, em termos de partilha de vivências, quanto a isso, dizia, digo-te apenas e só que, para além da razão que te possa assistir, não deves 'rasgar o cartão'. Fazes falta! Fazemos todos e se algum episódio for menos 'agradável' devemos deixar amadurecer, tentar resolver com esclarecimentos serenos, não 'a quente', e depois continuar...
Em todo o caso, outros desenvolvimentos sobre essa 'problemática' poderão ser abordados por mail directo.
Abraço
Hélder S,
Meu amigo Hélder
"Não entendem que é um prémio,uma
suprema benesse,o sublimar de
sentimentos".Citei esta tua frase,
achei-a magnífica,está lá tudo.É
amizade.
Há uma frase,já a ouvi imensas
vezes,e tu também já a deves ter
ouvido,que diz "são como irmãos",
referindo dois amigos.Tenho outro
conceito de amizade,que ultrapassa
a relação familiar.Ver se me explico.Tenho bom ambiente familiar
com a minha mulher e filhos,aliás
tem de ser assim,sabem e conhecem
com quem faço estas "expedições"
em algumas das quais,também participa a minha filha(deves tê-la
visto em Monte Real em 4/Jun)mas com menor disponibilidade(namoro a
isso obriga).Poderei dizer,além do
mais,também existe muita amizade,
aqui em casa,e agora lembro-me das
saudades que tenho da minha única
irmã,que morreu precocemente,há
sete anos.
Acontece,por vezes,haver uma
qualquer irregularidade(é um exemplo)cometida por um familiar,e
só por essa qualidade,dizerem-me"eh
pá,ele é teu primo,é teu cunhado..."mas se eu não tiver
amizade com ele,só o laço familiar
para mim não chega.E depois,chega
o/a camarada,possivelmente seria
um termo que não empregaria,se não
tivesse andado lá por onde andámos
Há quatro anos atrás,na subida do
monte Cebrero,na Galiza,em BTT,foi
aí que me apercebi que a Rosário,
era um amigo especial,era uma
camarada.Já vínha-mos há dois dias
a pedalar,apareceu aquele monte,mais parecia uma parede,descer da bike era impensável devido aos alforges.
Estava todo "roto",andava 500
metros,parava,teria desistido,não
fosse a Rosário a incentivar-me e
a seguir à minha frente,esperando
por mim,quando parava.Lembrou-me o
Mamadú Jau,quando em certa operação
em que tive uma quebra de tensão,me
levou às costas,a mim,que pesava uns kgs a mais que a MG 42 que ele usava.
É uma felicidade ter amigos(as)
com esta camaradagem.
Grande abraço
P.Santiago
Paulo
Ao justificares a criação deste Blogue, dizes ter sido resultado de estares indisposto por te haverem "cortado" uma opinião menos feliz que produziste, a um determinado Post dum Blogue que seguias e participavas.
Escreves:"(...)Como assino tudo o que escrevo,senti-me "lixado",fodido utilizando um português vernáculo (...)", acho que podias (devias) ter feito a descrição do Post que te irritou e a tua versão (talvez revista no seu Português).
Assim, tal como está o teu justificativo, os teus visitantes jamais saberão das "razões" que alegas em teu favor ou em reprovação do que apareceu á estampa.
... É que nem todo o mundo lê, vai, ou segue um Blogue qualquer!...
Pelo menos podias (devias) ter refeito a tua opinião e recolocado o teu Comentário.
A não ser que não seja o Comentário a ser censurado, mas a tua pessoa.
Abraços
Santos Oliveira
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